quarta-feira, 12 de junho de 2013

Seleção se isola e cria ambiente crítico em Goiânia

Na chegada da seleção a Goiânia, o governador Marconi Perillo e o presidente da CBF, José Maria Marin, falaram em hospitalidade, apoio e uma relação amistosa que poderia render à cidade até uma nova visita do time antes da Copa do Mundo de 2014. Parecia o cenário ideal para uma equipe vaiada em seus últimos compromissos e que em entrevistas pedia carinho do público. Oito dias depois, o cenário é bem diferente daquele que se planejou. Isolada, criticada por políticos, jornalistas e torcedores, a equipe verde-amarela movimentou a cidade de forma negativa para si e para os aliados da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) enquanto preparou-se para a Copa das Confederações.

O problema é que a CBF praticamente ignorou o esforço. Em seus seis primeiros dias de Goiânia, a seleção só foi à Serrinha uma única vez (nesta quarta, o último trabalho será novamente no local). A decisão da comissão técnica de treinar no CT do Goiás, em um bairro afastado do centro, criou de cara uma pressão por conta do investimento feito.
A cobrança pela ausência de um treino aberto veio logo em seguida. A comissão técnica, que foi contra a preparação em Goiânia, conseguiu vetar um treinamento no estádio Serra Dourada, previsto pelo governo local. Felipão e Parreira não queriam que a atual seleção passasse uma imagem semelhante à do time que fracassou na Copa de 2006, após preparação festiva com muito contato com o público na Suíça.  
Ao ainda barrar torcedores na Serrinha e no CT, a entidade tentou jogar para a polícia a decisão sobre a abertura dos portões. A corporação expôs a contradição e disse que, se fosse solicitada, conseguiria coordenar com segurança um treino aberto. A repetição do tema chegou a irritar a CBF, que tentou tratar com naturalidade o desejo de privacidade da comissão técnica.
Apesar de toda a pressão, a entidade bateu o pé e manteve o time blindado. Vitória de Felipão, mas a posição, obviamente, não foi bem aceita por todos.
A cobertura dos jornais locais sobre a passagem da seleção tratou o isolamento de forma bastante crítica. Policiais que acompanharam a equipe estranharam, entre outras coisas, as mudanças bruscas de planos. Torcedores que fizeram plantão no hotel ou na porta do CT também se queixaram do pouco contato.
"É absurdo o que aconteceu em Goiânia. Paga-se para a seleção estar aqui e o público não tem acesso a nenhum dos jogadores, nem aos reservas. Não custa eles virem dar autógrafos, tirar fotos. Para eles não é nada, para os fãs é algo importante. Depois que são vaiados, reclamam", Márcio Fontes, vendedor de 38 anos que estava na porta do CT do Goiás.
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